Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2020

Finalistas do Prêmio Jabuti categoria Ilustração 2020

Imagem
  Em 2018, o Prêmio Jabuti completou 60 anos e foi completamente repaginado. Uma das inovações foi a adoção de medidas para acolher os autores independentes. Em 2020, Viagem ao Sul de Mim é o único livro de autor independente entre os dez finalistas da categoria Ilustração. Finalistas Ilustração 2020 Título: A festa do dragão morto | Ilustrador(a): Rogério Coelho | Editora(s): Melhoramentos Título: Aaahhh! | Ilustrador(a): Guilherme Karsten | Editora(s): HarperCollins Brasil Título: Benjamina | Ilustrador(a): Nelson Cruz | Editora(s): Miguilim Título: Cadê o livro que estava aqui? | Ilustrador(a): Jana Glatt Rozenbaum | Editora(s): FTD Educação Título: Cumarim, a pimenta do reino | Ilustrador(a): Willian Santiago | Editora(s): FTD Educação Título: Madalena | Ilustrador(a): Natália Gregorini | Editora(s): Livros da Matriz Título: O feijão fujão | Ilustrador(a): Guilherme Lira | Editora(s): Mil Caramiolas Título: Oir o rio | Ilustrador(a): Bruna Lubambo | Editora(s):

Ciclo de Entrevistas da Radioletras

  A POETA BASILINA PEREIRA ENTREVISTA A ESCRITORA LUCI AFONSO, FINALISTA POR MAIS DE UMA VEZ AO PRÊMIO JABUTI, PARA O CICLO DE ENTREVISTAS DA RÁDIO LETRAS                                                   https://youtu.be/ovdsKoG0yhY Comentários à entrevista concedida à Radioletras em 29.10..2020   Marco Antunes Luci, muito generoso de sua parte, obrigado. Me senti honrado e emocionado. O que mais me alegrou foi constatar o quanto vc está à vontade para falar de vc e de sua obra. Sei que isso foi uma construção delicada, pois vencer a timidez é uma grande batalha. Parabéns por isso e pelas respostas plenas de LUCIdez!     Isolda Marinho Boa entrevista. A lucidez de Luci, que não precisa pedir desculpa por ter "falado pouco", falou o suficiente pra sabermos e confirmarmos Isolda Marinho : ...sua doçura literária   Eneida Coaracy Luci. Acabei de ouvir a sua entrevista. Disse tudo com suavidade, como vc é. Vou torcer pelo ‘Jaboti’. Parabéns!   Alexandra Rodrigues Acabo de esc

62º Prêmio Jabuti de 2020

Imagem
  Viagem ao Sul de Mim é finalista na Categoria Ilustração do 62º Prêmio Jabuti. Ilustradora: Marcia Bandeira Projeto gráfico: Patricia Meschick O livro Senhora dos Gatos, também ilustrado por Marcia Bandeira e Lelo, foi finalista do Prêmio Jabuti 2014, na mesma categoria. A capa de ambos foi feita pela dupla Marcia Bandeira-Patricia Meschick. O projeto gráfico também é de Patricia Meschick. Comentários: Tarlei Martins Você faz edições de autor tão caprichadas que a gente pensa: vontade de fazer igual. Raquel Verano   Parabéns, Luci. Seu livro realmente merece. Mais um para a lista. André Pullig Parabéns, querida Luci Afonso! Sucesso continuado! Arisson Tavares Caraaaaacas! Que orgulho! Alexandra Rodrigues Parabéns, grande Luci e sua talentosa parceira Márcia! Vanessa Yasmin Felicidades! Que orgulho! Vc merece! O livro está lindo! Êxitos! Margarida Côrtes Parabéns!!!!! Vcs e Marcia Bandeira merecem! Trabalho lindo! Lucimar Rodrigues Parabéns, Luci Afonso!!! Coriol

Árvore

Imagem
  Luci Afonso   Não sei o seu nome, árvore, mas te amo desde que joguei a semente à terra e esperei que brotasse. Enquanto lhe dava água, eu também saciava a minha sede. Tão pequena e tão generosa! A sombra miúda já abriga uma criança. Suas folhas demoraram a aparecer. Você foi a última a ter folhas verdes no tronco seco e aparentemente morto. Quiseram te arrancar do jardim, eu não deixei.   Reguei-a duas vezes por dia, pedindo em silêncio que você nascesse. Até que despontaram suas folhas. No dia seguinte, estavam maiores, e continuaram crescendo até que você se tornou a árvore mais alta do jardim. Ainda não sei seu nome, mas converso com você de manhãzinha, enquanto o sol nasce e as pessoas despertam. Você é a minha nova razão de viver.                                                                                     Outubro de 2020                                                    (Foto da autora)

Uma casa para Luci

Imagem
  Luci Afonso   Descubro aos poucos os segredos da nova casa. É de madeira, com paredes amarelo-queimado e enormes janelas de vidro. No gramado da frente, plantei ipês-amarelos, e, atrás, há uma jabuticabeira e um pé de romã bem altos. Reservo a charmosa suíte externa para o ateliê. Quando o dia clareia, me levanto e abro as cortinas para o sol. Como fazia na infância, numa camisolinha de algodão florido e renda, penso: Aqui serei feliz . Ao longo da vida, sonhei muitas vezes com esta casa, com gramado, árvores, flores, sol, sombra. Logo escolho meus recantos favoritos e neles passo grande parte do dia. Moro com três jovens e três gatos. Nunca estou sozinha. Ao longo do dia, nos espalhamos, gente e gatos, pelos quatro cantos da nossa vivenda. De manhã, sento-me ao sol para fazer colares coloridos, que depois penduro nas árvores. É uma saudação à nova morada e uma celebração do longo caminho que percorri até aqui. No final da tarde, mato a sede das plantas e a minha, enquanto

Amor encontrado

Imagem
  Luci Afonso   Tenho escrito tanto sobre o amor perdido que esqueço de falar do amor encontrado. O pé de camélia me oferece uma flor todo dia. Eu a recolho da grama e a coloco em oferenda ao Buda na entrada da casa. Os pés de jabuticaba e de romã estão cheios de brotos.   Eu os visito pela manhã e à noitinha. A bela jovem me tira para dançar no baile de carnaval. A pureza do gesto me comove. A adolescente me abraça e alisa meu cabelo. Como minha avó fazia. As crianças, os velhos e os gatos me ensinam a viver. Eu aprendo. A mãe planta ipês e damas-da-noite no jardim. Eu os vejo brotar e crescer, como tenho feito em sessenta anos de vida. O vento sacode meus colares pendurados nas árvores. O reflexo das miçangas enfeita as paredes. O sol atravessa as lantejoulas e ilumina o quintal. A dança das luzes me energiza. A água refresca as plantas. Sacio minha sede junto com elas. A lua cheia promete momentos felizes.   Há muito tempo não observamos a lua cheia. As b

Improviso para Carlos

Imagem
    Luci Afonso   É brincadeira de Deus a vida passar tão rápido. Faz vinte anos que nos falamos, trinta anos que nos vimos, quarenta anos que nos amamos. Eu não lembrava dessa foto, da sua mão no meu ombro, do seu sorriso feliz em me abraçar, da minha confiança em ser amada. Você é mais alto que eu — eu não lembrava disso, e sempre gostei de homens mais altos Quando você se formou e voltou para sua cidade, sem nunca ter me convidado a ir com você, eu achei natural. Afinal, a vida estava começando, e tínhamos muito tempo. Procurei caminhos diferentes dos que faríamos juntos. Quando se é jovem, não se sabe medir o alcance de uma separação. Quando se amadurece, isso fica claro nos dias que não voltam, na fotografia guardada num livro empoeirado, na memória de vozes, risos e carícias. Tenho 60 anos. Você, 50 e tantos. Depois de muitos meses de pandemia, de medo do que pudesse acontecer, de afastamento de outros seres humanos e de nós próprios, você manda uma fotografia dos nos