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Mostrando postagens de maio, 2010

Ter ou não ter

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Luci Afonso O povo dinamarquês é o mais feliz do mundo. Ouvi isso deitada no sofá, numa tarde desocupada e sonolenta, em que zapeava os canais da TV a cabo à procura de diversão ou de cochilo, o que chegasse primeiro. Os bocejos foram se intensificando até que a reportagem no show da Oprah me despertou a atenção. A Dinamarca sempre me lembrara Hamlet e Babette, personagens da literatura e do cinema. Naquela matéria, fiquei sabendo que os dinamarqueses de carne e osso moram em espaços pequenos, têm poucas coisas, aproveitam ao máximo o que possuem e são felizes. Também confiam uns nos outros: durante o dia, os bebês dormem tranquilamente em seus carrinhos à porta de casa. O assunto me voltou à mente quando, há dois meses, precisei mudar de apartamento. De um confortável e amplo três quartos, dois banheiros, garagem e DCE, passei para um de um quarto e meio, sem garagem, um minibanheiro e um vaso sanitário para a empregada. Despachei grande parte da mobília e outros objetos para a ch

Mulheres de Papel

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O Programa Prosa e Verso, apresentado semanalmente por Marco Antunes e Tuka Villa-Lobos na Rádio Senado, comemorou os 50 anos de Brasília entrevistando e apresentando a obra de seis escritoras da cidade: Alexandra Rodrigues, Amneres Santiago, Cinthia Kriemler, Francinne Amarante, Isolda Marinho e Raquel Melo. Os programas comporão dois CDs a serem lançados no próximo ano. É puro encantamento ouvir vozes tão sensíveis e tão queridas.

A testemunha

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Luci Afonso Bancos vazios conversam sob a cumplicidade das árvores, e o chão se cobre de flores trêmulas. Crianças brincam no piso fresco do pilotis. Gatos e velhos fazem a sesta em quartos estreitos, enquanto passantes silenciosos decifram o alfabeto inscrito nas fachadas antigas: B de bênção, D de desejo, O de oração... A parada de ônibus espera a jovem que atravessa a cidade a passos leves. O balanço de madeira aguarda a brisa que soprará assim que o sol atingir o topo do ipê-rosa no gramado em frente. A relva seca pede chuva — nem enchente, nem dilúvio, apenas algumas gotas que amenizem a sede das frágeis raízes. A fiel testemunha registra as surpresas e confirmações diárias da paisagem. Recolhe os desejos, bênçãos e orações dos edifícios; refresca as crianças cobertas de suor; sorri aos velhos e gatos que se espreguiçam nas janelas. Os pés descalços são fecundados pela seiva das flores ainda úmidas, e os olhos enormes são banhados pelo chuvisco que fertiliza o solo. O balanç

Uma outra Brasília (a minha)

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Cordel para Luci Afonso

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Gustavo Dourado Luci reluz verso e prosa: Mineira de Araxá... Cronista de alto quilate: Às margens do Paranoá... Sua arte é cristalina: Canta aqui...Encanta lá... Ano 1971: No Distrito Federal... Taguatinga no caminho: Barro Branco essencial... Ave Branca planaltina: Brasília piramidal... Luci em Taguatinga: Reunião familiar... Sempre observadora: A crônica sabe narrar... Pioneira no caminho: Na estrada a divagar... Estudou e progrediu: Por luta e merecimento... Mulher de fibra e arte: Criativa no talento... Expressa com alegria: As luzes do sentimento... Fez Letras na UnB: Bom gosto pela leitura... De Machado a Clarice: Dádiva da literatura... Tem o dom do visual: Que realça na pintura... Ano 1985: Servidora concursada... A sua vida melhorou: Deu uma boa mudada... Teve acesso a muita coisa: Que não tinha na jornada... Literatura que pulsa: Ao som de Fernando Sabino... Rubem Braga está presente: Na arte do seu destino... Drummond, Caio e Adélia: E Barros diamantino