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Mostrando postagens de novembro, 2019

Lugar de Encontro

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ENCONTRO (S.M.)       ato ou efeito de  encontrar-se;  2- de chegar diante do outro; 3- possibilidade de afetar e ser afetado; 4- lugar de  esperança ; 5- lugar de  excelência : a cidade por si só é uma referência para um LUGAR DE ENCONTRO. 1-  

Clube de Leitura para Mulheres Maduras

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Sentindo-se sozinha? Gosta de ler? Junte-se ao Clube de Leitura para Mulheres Maduras. Encontros semanais Textos divertidos e poéticos Conversa sobre temas de nosso interesse Inicio: janeiro de 2020 Coordenadora: escritora Luci Afonso Inscreva-se: Quero participar do Clube de Leitura.                      Nome:                      Contato:  What´sApp: 98499-2653 E-mail: luciafonso99@gmail.com

Deusa do Amor

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Luci Afonso Este é um antigo ritual em homenagem à Deusa do Amor, e que só tem efeito se praticado à luz da lua, numa mata virgem cercada por água pura. É preciso antes harmonizar corpo, mente e alma. São necessárias, pelo menos, três mulheres apaixonadas para que a magia se complete — outras são bem-vindas. Podem estar presentes um ou mais homens, desde que tenham uma vital compreensão do feminino.   A fase da lua deve ser escolhida de acordo com o que se deseja: a lua crescente faz expandir o amor, enquanto a minguante o enfraquece (caso se queira esquecer alguém). A lua nova traz outro amor, enquanto a cheia leva à plenitude o que já existe. Recomenda-se muito cuidado ao fazer o pedido. Se uma palavra for trocada, é possível perder o amor que se quer fortalecer, ou encontrar um novo mesmo que o atual pareça satisfatório. A plenitude só é alcançada gradualmente, se for merecida.   Feche os olhos e repita três vezes, mentalmente: “ Deusa do amor , Conceda-me mais..

Gatos e flores

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Luci Afonso Meu novo apartamento é pequeno. Pequeno, não, minúsculo. Fica no primeiro andar, onde se ouve todo o barulho da rua. Motoqueiros entregando comida, carros acelerando, gente conversando na calçada. Mas aos poucos eu aprendo a gostar dele. O vizinho da casa em frente mandou pintar o novo portão de branco. A senhora que mora ao meu lado tem um pequeno jardim na marquise. Ouço quando ela abre a janela, duas ou três vezes ao dia. Em alguma casa subindo a quadra, alguém estuda flauta. O sino da Igreja toca ao meio-dia. Um gato amarelo passa em frente à janela. Comprei flores amarelas para enfeitar a sala. Depois de secas, eu as coloco na minha sala de escrever e acendo um incenso, enquanto medito. O poste lança a luz amarela nos quartos. Se eu abrir a persiana, a luz faz listras na parede. Preciso de pouco espaço para viver — que seja pelo menos do tamanho de um útero.                  (Imagem: Pintura espontânea da autora)

O patinho mais bonito

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Luci Afonso No quarto ano do grupo escolar, tive uma professora chamada Elza, que sempre contava estórias e pedia à turma que as desenhasse. Um dia, depois de nos contar a do patinho feio, nos propôs o desafio de retratá-lo. O melhor trabalho seria escolhido para a exposição no mural da escola. Minha caixa de lápis de cor era de 48 unidades. Ninguém tinha igual. Entusiasmada, usei todos os tons de amarelo para retratar o patinho. Queria fazer um bem bonito, e não feio, como mostrava a estória. Coloquei-o num lago com vários tons de azul, cercado de plantas em diversos tons de verde. Também pintei o sol e um coração, para mostrar à professora que a amava. Eu tinha certeza de que ganharia o desafio. Não ganhei. — Está muito bonito — disse a Profa. Elza, comovida —, mas eu pedi um patinho feio. Esse não serve. Não consegui responder nem falar da minha intenção de fazer o melhor desenho. Chorei. Eu me achava a criança mais inteligente do mundo. Almejava ser a primeira;

Oficina O Prazer de Escrever

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Chuva Lágrima

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Luci Afonso A chuva fresca como uma lágrima inaugura a manhã de domingo. A mulher caminha silenciosa ao seu próprio encontro. Não lembra o que sonhou, apenas o que deseja: o amor incondicional por si mesma. Os ipês florescem, as crianças nascem, as mulheres amam, os doentes morrem. O mundo se renova dentro e fora. É vida demais para um peito só. Não há coerência no homem. Ruim sem ele, pior com ele. O fim acontece no mesmo lugar do começo, completando um angustiante ciclo de apego e autoanulação. O tempo parece imóvel no muro desbotado em frente à janela do quarto. O gato acorda no meio da tarde, procura água e comida e volta a dormir. Os ruídos na casa da tia são os mesmos, mas parecem distantes: as vozes distorcidas na televisão, o som do telefone que toca sem parar, a conversa da visita que se alonga na sala. Terá de ir sozinha à rodoviária. O homem não vem buscá-la, num gesto final de indelicadeza. Ela se encolhe debaixo do cobertor, reunindo forças para a volt