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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Quanto fazer!

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Luci Afonso Terminado o exaustivo trabalho da Criação, Deus se espichou na rede para tirar um cochilo. Ligou o rádio para se distrair um pouco: “ Açaí, guardiã, zum de besouro ...” Trocou a emissora. Não suportava letras sem sentido. “ Açaí, guardiã, zum ...” Passou para AM: “ Açaí, guardiã ...” Desligou o aparelho. O jabá do cara era forte. Resolveu descansar sem música mesmo. Não conseguia relaxar. Será que agira certo ao juntar uma serpente, um homem e uma mulher desocupados e um fruto proibido? Em retrospectiva, parecia uma mistura explosiva. E era. Teve a confirmação quando pegou no sono e anteviu, em pesadelo, a confusão em que o mundo iria se meter, da primeira à última mordida. Como corrigir a besteira que havia começado se ele mesmo, ao criar Eva, apaixonara-se desesperadamente e não conseguia afastar os pensamentos libidinosos? Enquanto Deus remexia-se na rede, um enorme besouro aterrissou no nariz do velho e começou a cantar: “ Estaí, guardiã ...” — Uma guardiã! —

Mensagem

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  Cida Sepulveda Queridas e queridos A chuva me põe melancólica. A chuva que nos abençoa desde sempre. Mensagens de Feliz Natal e Ano Novo pipocam aos olhos, à cabeça, aos ouvidos. A gente se enche de presentes e promessas. Mas, lá na favela, as meninas cujo pai, condenado e preso por molestá-las sexualmente ganhou a liberdade (elas ouviram falar) muito antes de cumprir os 22 anos de cela, elas, quatro lindas garotas, se amontoam junto à mãe e o irmão (que já começa a agredi-las), em dois cômodos abarrotados de coisas, desejos, infortúnios, tédio, medo, solidão, falta... A falta que Manoel de Barros sempre aponta em meus textos: “o amor de alguma falta”. “O amor de alguma falta” que me move; que me vitaliza: usar a palavra para contar a história dos que estão amarrados à condição menor, humilhante, incapacitante, através da poesia, a que não exclui ninguém, muito embora, alguns espíritos doentios costumem dizer que a grande arte é para poucos. Há tanta poesia nessas meninas que v

E por vezes

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David Mourão-Ferreira E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos Nunca mais são os mesmos E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites não dos meses Lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos (Poema recitado no Sarau de Portugal.)

Sarau de Portugal

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Tuka Villa-Lobos canta Amália Rodrigues, Madredeus, Dulce Pontes e Mariza Poemas de Camões Almada Negreiros António Gedeão José Régio Raul Solnado Florbela Espanca Antero de Quental Mário Sá Carneiro Miguel Torga Antunes da Silva Fernando Pessoa No sarau serão revelados os vencedores nas 10 categorias do 6º Desafio dos Escritores. Sarau de Portugal 16 de dezembro Instituto Cervantes - 707/907 SUL 20h Coquetel: bacalhau, vinho e sobremesas conventuais Entrada franca

Quinta Crônica Especial

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Ligados pelas palavras Sérgio Maggio Com entrada franca, Quinta Crônica reúne a poeta Isolda Marinho e o cronista e romancista Gabriel Marinho, em noite com canções de Djavan. Eles adoram brincar com as palavras. Fazem delas companheiras de todas as horas. De vocábulos, Isolda constrói poemas, e Gabriel, crônicas e romances. Mãe e filho, de sobrenome Marinho, dialogam com a língua portuguesa para expressar sentimentos e inquietudes. Na quinta-feira, dia 9 de dezembro, às 19h30, com entrada franca, eles se encontram no Quinta Crônica para falar de aproximações e diferenças. No palco do Auditório do Cefor (Centro de Formação da Câmara dos Deputados), o ator e diretor J. Abreu dramatiza os textos dos Marinho, enquanto o músico Alex Souza interpreta canções de Djavan, numa espécie de talk-show ao vivo. "O bacana é reunir duas gerações de literatura da mesma família. Ele traz a juventude . Ela, a experiência. Acredito que será rico e produtivo", observa J. Abreu. Em cena, I

Aos Amantes da Cultura

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Nestor Kirjner Caros amigos e amigas, Amantes da Cultura, Quero fazer um convite especial a todos vocês, Amantes da Cultura. Em sua terceira montagem teatral, a Cia. de Teatro Bazáridas ousa novamente, e apresenta-nos um texto de Shakespeare, que é sempre uma prova de fogo para qualquer grupo de teatro que se preze. Depois do sucesso da montagem anterior (uma adaptação de "Dom Quixote", de Cervantes), agora a Bazáridas nos traz uma adaptação de uma das mais polêmicas peças do bardo genial, "O Mercador de Veneza". Todo mundo sabe o quanto é penoso fazer teatro no Brasil. Por isso, é sem nenhum constrangimento que peço a todos os Amantes da Cultura que prestigiem essa montagem e divulguem-na entre seus amigos motivados pela arte ou pela admiração ao teatro. Com certeza, não convidaremos dona Bárbara Heliodora para enxergar defeitos e cair de pau nos detalhes da montagem. Mas convidaremos você a avaliar e talvez valorizar esse esforço de um grupo de jovens vi