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Mostrando postagens de junho, 2009

Muito além do gênero

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Em entrevista exclusiva, Luis Fernando Verissimo fala sobre seu novo romance policial, "Os Espiões" Luiz Costa Pereira Junior Luis Fernando Verissimo criou como quem não queria nada uma marca de estilo difícil de imitar: a de tratar cada texto, o mais insignificante bilhete, a crônica mais apressadamente escrita ou o livro mais ambicioso, como peça única a conjugar elegância, criatividade e bom humor. É combinação notável em quem se fez conhecido, no trato direto, pela timidez e conversa em monossílabos. Fato é que a timidez não o isola do mundo, nem sua crônica padece de contágio do laconismo. Aos 72 anos, com mais de 50 obras, Verissimo une o afiado humor ao refinado senso de observação da vida e da fala brasileiras, manifestos tanto na crônica e no romance como nos quadrinhos e roteiros de TV. Acha, sem ironia, que a ironia não pega no Brasil. Ao menos por escrito. Para escrever com ironia, diz ele, é preciso ser lido ironicamente. O brasileiro, tão sagaz ao falar, levari

Meio Manual do Ambiente

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Luci Afonso Manual do poluidor Onde há fumaça, há efeito estufa. Com fogo se desmata. Poluo, não paro... nego enquanto puder. É mais fácil poluir do que preservar. O que é do bicho o homem toma. Roupa suja se lava com muita água. Nada como um saco plástico depois do outro. Um resíduo ao mar, outro à terra. Poluir é humano. Antes nunca do que agora. Dos males, o maior. Broto de árvore já nasce queimado. Saco vazio não fica sem lixo. Ozônio baixo, ultravioleta que racha. Antes sujo que preservado. De mão em mão, o lixo enche o saco. Manual do preservador Quem semeia florestas colhe oxigênio. Quem sequestra carbono semeia biodiversidade. Meio ambiente preservado vale por dois. Homem que preserva tem cem anos de perdão. Mais fácil acender uma vela que causar a escuridão. O urso polar é que sabe o tamanho da calota. O estrago é mais feio do que pintam. Há males que vêm para mal. Não faças ao planeta aquilo que não queres que ele te faça. A poluição

Súplica

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Luci Afonso Amiga, Estou sempre de vasos abertos pra você. Conte comigo nas horas de maior aperto. Guardarei seus dejetos mais íntimos, aguentarei os mais fortes odores, acolherei emissões de gases sem reclamar. Fofa, ao entrar aqui, seja você mesma. A chefe nunca saberá dos palavrões na frente do espelho, as colegas jamais suspeitarão das estrias escondidas. Somos cúmplices e confidentes. Do fundo do meu encanamento, só peço uma coisa: faça sua obra no lugar certo, sem deixar rastros. Ninguém precisa conhecer nossos segredos. Não me trate como privada, Lindinha. Cuide de mim como eu cuido de você. Lembranças à família, WC Amigo, Estou sempre de vasos e mictórios abertos pra você. Conte comigo nas horas de aperto. Guardarei seus dejetos mais íntimos, aguentarei os mais fortes odores, acolherei emissões de gases sem reclamar. Cara, ao entrar aqui, seja você mesmo. O chefe nunca saberá dos palavrões na frente do espelho, os colegas jamais suspeitarão da barrigu

Comentário sobre O Guardião da Manhã

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Roberto Klotz Quinta-feira, 4 de junho de 2009 Luci, Ontem terminei de ler O guardião da manhã . É muito gostoso ler um livro quando conhecemos e admiramos a escrita da autora. Foi muito saboroso reconhecer textos antes apreciados na oficina ou no blog. É muito curioso escrevermos no mesmo gênero e ao mesmo tempo tão distantes. Os seus textos estão muito mais próximos da literatura. São poéticos. Tenho muito a aprender com você. O lançamento foi há uma semana, na quinta-feira. Senti a sua angústia e desespero determinados pela irresponsabilidade da editora. Fiquei muito feliz e emocionado quando finalmente o livro chegou às suas mãos. A minha emoção vazou quando da leitura de Encantada . Eu já conhecia o texto e, talvez por isso, pude saborear cada palavra ouvida. No dia seguinte ao lançamento do livro, fui, como sempre, à oficina da Câmara. Quando estacionei, fui recebido pelo Pernambuco — o Guardião da Manhã —, que já havia recebido um livro seu. Adorei o seu gesto. Quando comecei a