A vista de cima
Luci Afonso Beatriz e Cecília Valentina brincam embaixo de um jovem ipê amarelo. Uma delas sobe no pequeno galho onde despontam os primeiros brotos, a menos de dois metros de altura. — Como é a vista aí de cima? — pergunta Beatriz, que está no chão. Cecília Valentina observa em volta e responde, com enlevo: — É linda, Beatriz! Saio cedo para caminhar. Uso chapéu bordado e levo câmera de bolso para registrar os acontecimentos diários — flores caídas, folhas ao vento, pessoas ao despertar. É a melhor parte do dia, antes dos sintomas e flutuações dos remédios. A médica recomendou olhar bem onde piso. Já levei dois tombos, típicos da fase em que me encontro, mas não consigo fixar os olhos no chão — pelo menos, não enquanto velhinhos encantadores e senhoras estrangeiras tristes cruzarem o meu caminho. Tenho uma coisa com velhinhos: compa