Poemas não perdem a coragem





Tia Luci,
Eu estava vagando pelo apartamento vazio em uma noite de insônia quando decidi imprimir alguns textos, ou melhor, parágrafos que andei rabiscando nos últimos tempos. Estou lhe enviando alguns e gostaria muito que você os lesse quando tiver um tempo. Ah, e junto vai o quadro com o poema que você me emprestou há muito tempo. Ele é lindo, e adorei poder lê-lo quase todos os dias.
Com carinho,
Leonardo
Poema de Mariza*
Estive doente
Dos olhos
Da boca
Dos nervos até
Destes olhos que viram mulheres perfeitas
Da boca que receitou poemas em brasa
Ah... dos nervos manchados de fumo e café

Estive doente
Não quero escrever
Eu quero um punhado de estrelas maduras
Eu quero a doçura do verbo viver.
(Autor desconhecido)

Poemas não perdem a coragem. Recebi este das mãos da terapeuta Mariza Oliveira, um mês antes de ela falecer devido ao câncer. O poema me acompanha deste então, e esteve durante algum tempo com meu sobrinho Leonardo, hoje doutorando e bem-sucedido professor universitário.

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