Nostalgia



Leonardo Oliveira










E todos aqueles momentos mais do que especiais que tive o privilégio de viver um dia continuam guardados a sete chaves dentro do meu peito. São como cachorrinhos recém-nascidos: frágeis por demais. Tenho medo até de relembrá-los além da conta para que não sejam mudados. Não quero estragá-los. Não, em hipótese nenhuma! Seria irreversível. Seria como perder um amigo num acidente de carro. Mas acho que foram no mínimo corrompidos por mim e pela minha terrível necessidade de praticar o verbo "lembrar". É como se fosse um antidepressivo: a nostalgia cura meus momentos de dor e solidão. O que posso fazer?
O melhor mesmo é que tais momentos continuem guardados até que chegue a próxima tarde vazia e nostálgica. Quem sabe amanhã, talvez.

Comentários