Domingo com Clarice Lispector
E eu não aguento a resignação. Ah, como devoro com fome e prazer a revolta.
Como sou misteriosa. Sou delicada e forte.
Ao seu lado, na rua, passavam criaturas que certamente se haviam dificultado menos, e que seguiam para um destino mais imediato.
Há um ponto em que o desespero é uma luz, e um amor.
Clarice dá tanto aos outros e pede licença para existir (Dr. Lourival, citado sem sobrenome por Clarice)
Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.
Agora ela está toda igual a si mesma.
Ela é a amante que sabe que terá tudo de novo. (...). Está cada vez menos sôfrega e menos aguda.
,,, medo do que é ao mesmo tempo selvagem e suave.
Uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.
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