Consentimento
Luci Afonso
Lavar a louça com detergente
branco como o gozo da noite passada.
Arrumar a cama, cobrindo
os vestígios de amor no lençol.
Dobrar cobertores e
alisar travesseiros.
Abrir a janela para
iluminar o quarto.
Trocar toalhas manchadas
de prazer.
Lavar roupas íntimas a
mão com sabonete cremoso.
Separar a lingerie
vermelha e as calcinhas de seda.
Deixar de molho para
tirar o cheiro do sexo.
Vestir as meias-ligas de renda
preta.
Usar a tornozeleira
dourada.
Posicionar o espelho na
beira da cama.
Esperar nua o barulho da
chave na porta.
Abrir devagar o zíper da
calça preta.
Gritar “ai, amor”, quando
ele a tomar com força.
Consentir quando ele a
chamar de “quase noiva”.
Dizer ao seu ouvido
“Aceito”, quando ele rugir de prazer.
Ninguém me disse que era tão fácil ser feliz.
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Cinthia Kriemler Que plenitude, hein?
Quanta vida nessas marcas e manchas. Feliz por você! E surpresa de te ver
escrever poema. O que não faz o amor! 26
de junho às 15:20
Miliane Nogueira Benício Tão bela a sua maneira do seu dizer, amada
Luci Afonso.
27 de junho às 22:33
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