Consentimento
Luci Afonso Lavar a louça com detergente branco como o gozo da noite passada. Arrumar a cama, cobrindo os vestígios de amor no lençol. Dobrar cobertores e alisar travesseiros. Abrir a janela para iluminar o quarto. Trocar toalhas manchadas de prazer. Lavar roupas íntimas a mão com sabonete cremoso. Separar a lingerie vermelha e as calcinhas de seda. Deixar de molho para tirar o cheiro do sexo. Vestir as meias-ligas de renda preta. Usar a tornozeleira dourada. Posicionar o espelho na beira da cama. Esperar nua o barulho da chave na porta. Abrir devagar o zíper da calça preta. Gritar “ai, amor”, quando ele a tomar com força. Consentir quando ele a chamar de “quase noiva”. Dizer ao seu ouvido “Aceito”, quando ele rugir de prazer. Ninguém me disse que era tão fácil ser feliz. Comentários no Facebook: Cinthia Kriemler Que plenitude, hein? Quanta vida nessas marcas e manchas. Feliz por você! E surpresa de t