Poética
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Isolda Marinho
A poesia em mim se infiltra,
penetra, invade, adentra, habita.
Quando faço verso bom,
sou Drummond.
Quando crio rima boa,
sou Pessoa.
Musicando os ideais,
vem Vinícius de Morais.
Quando a carne se desnuda,
só Neruda.
Se aos 80, sou menina,
quero Cora Coralina.
Se escrevo até sem eira,
por que não ser o Bandeira?
E na arte de rimar
como é bom o meu Gullar!
Se na métrica sou a tal,
quero ser João Cabral.
Se um poema não me engana
posso ser Mário Quintana.
Versifico o que é belo,
sou Tiago, o de Melo.
Nas Vertentes de Jovina,
minha palavra se anima.
E se escrevo para o céu...
são Tremores de Emanuel.
Tremo, vibro, queimo e ardo
num poema de Abelardo.
Poetando a vida infinda
vem Elisa, a Lucinda.
No Rubi de Amneres,
sou Cecília "Meio reles".
No meu verso submerso,
eis aí meu universo.
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