Uma breve autobiografia
Antônio Cardoso Neto
O papa se chamava Pio XII e a guerra dos americanos era na Coréia quando surgi em Bauru (SP), quase cinqüenta e sete anos atrás, como conseqüência de uma mistura insensata de genes espanhóis, italianos e portugueses. Era quatro de dezembro, dia dedicado a Iansã, mas isso não tem a menor importância, pois sou sagitariano, e os sagitarianos não acreditam nesse negócio de astrologia e de horóscopo.
Passei a minha infância nos cafezais do norte do Paraná, e a primeira parte da juventude, no sul do estado de São Paulo. Minha primeira profissão foi no laboratório fotográfico do meu tio.
Mais tarde, entrei na USP de São Carlos, onde acabei virando engenheiro civil. Comecei a trabalhar com água e fui parar em Rondônia, onde vivi entre os suruís, os cintas-largas e outros, então, canibais.
Voltei para a USP de São Carlos e escrevi uma dissertação sobre escoamento de jatos fragmentados, saindo de lá como mestre em hidráulica. O meu orientador era paquistanês, o que fazia de mim um dos únicos pesquisadores realmente “orientados” do Departamento de Hidráulica; os demais eram todos “ocidentados”. Foi nessa época que conheci a Zaira, com quem vivo até hoje.
Continuei trabalhando com água em uma empresa de consultoria, depois fui para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e acabei indo para a Inglaterra, onde fiquei mais de quatro anos e defendi uma tese de doutorado em hidrodinâmica. Além do diploma, também trouxe de lá um efeito colateral das noites frias de Southampton, chamado Chico, que já está com dezessete anos e vai prestar vestibular no final do ano.
Trabalhei por algum tempo como pesquisador na USP em São Paulo, lecionei por dois anos na UFSC em Florianópolis e acabei passando em um concurso público aqui em Brasília. Atualmente, sou Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas, onde trabalho com Hidrologia e Estatística. Já vi a Teoria das Probabilidades funcionar tantas vezes, que a probabilidade de que um dia desses a teoria falhe é bastante alta, fazendo com que eu acredite cada vez menos nela. Mas um dia ainda ganho na mega-sena.
Meu pai é o cara mais foda que existe na face da terra
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