Velhinhos de Papel
Na bela manhã de sábado, 18 de fevereiro, chego de táxi ao Lar dos Velhinhos Maria Madalena, próximo ao Núcleo Bandeirante. O local é amplo e arborizado. As árvores são antigas, a grama está verde por causa das recentes chuvas. Há muitos bancos de cimento, pintados em cores diferentes e a curta distância um do outro, como se o caminhante precisasse descansar a cada dez passos. O ambiente é de paz e silêncio, como uma casa vazia no meio da tarde. Não escrevo há quase seis meses. O computador pifou, o smartphone foi roubado. Perdi todos os arquivos criados ao longo de três décadas. O técnico que supostamente os recuperaria apagou, sem querer, todo o conteúdo do HD. Fiquei sem memória. Por sorte, antiquada que sou, costumo imprimir e guardar tudo. Esse hábito salvou minhas memórias em papel. Minha presença hoje no Lar dos Velhinhos se deve ao convite do escritor e jornalista Arisson Tavares para uma breve entrevista ao seu programa Escritor Solidário . Recebo o roteiro anteci