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Canto das Letras IV

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A última edição do ano do programa Canto das Letras vai contar com a participação da escritora e jornalista Dad Squarisi; do economista, filósofo e escritor André Sathler, e do músico Carlinhos Piauí. Num bate papo informal, J. Abreu e Isolda Marinho conversam com os convidados sobre literatura, processo de criação, prazeres e dificuldades da arte de escrever. Os convidados Dad Squarisi nasceu no Líbano, é professora, jornalista e escritora, residente em Brasília desde 1968. Cursou Letras na UnB e fez especialização em Linguística e mestrado em Teoria da Literatura. Exerceu a função de consultora legislativa do Senado Federal. É editora de Opinião do Correio Braziliense, comentarista da TV Brasília e professora de edição de textos do Centro Universitário de Brasília. Assina as colunas Dicas de Português, publicada em 15 jornais do país; Na Ponta da Língua, publicada no suplemento infantil Super, do CB; e Língua Solta, destinada a pré-vestibulandos. Participa de bancas examina

Canto das Letras III

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O Espaço Cultural Zumbi dos Palmares promoveu no dia 11 de novembro, com o apoio da TV Câmara, mais uma edição do programa Canto das Letras . Realizado mensalmente, agora no horário do almoço, a fim de possibilitar a maior participação dos colaboradores da Casa, o Canto das Letras recebeu a presença da cantora Marina Andrade e dos escritores Anderson Braga Horta e Francis Espíndola, que apresentaram ao público a paixão pela arte e as diferentes visões que possuem da literatura. A primeira cantora a participar do programa, revelou gostar mais de compor do que cantar. “Adoro colocar música num texto já pronto. Seja de poetas consagrados, seja de poetas menos conhecidos, como meus amigos poetas de Brasília. Em alguns casos, parece que a melodia já vem certa para aquelas palavras”, explicou Marina. O tema-chave dessa edição foi a diferença de inspirações que levam pessoas tão diferentes a possuírem o dom da literatura e da música. Anderson Braga, 77, e Francis Espíndola, 19, contaram

Aceita-se

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Luci Afonso Aprendi cedo a fazer trocas. Um silêncio por uma aprovação, um sorriso por um carinho, uma dor por um doce, um dente por um ioiô, um ioiô por uma bicicleta. Aos sete anos, ganhei de Natal um bambolê e a primeira bicicleta. Não dei importância ao primeiro, mas fiquei fascinada pela segunda. Aprendi a andar nela sozinha, no quintal de terra onde antes morava nosso cachorro louco, que teve de ser morto a tiro de espingarda. Agora o lugar era só meu, e eu aproveitava para fazer coisas escondidas, como levar um tombo após o outro. Até que, num domingo depois da missa, veio a inspiração: — Meu Deus, se o Senhor não me deixar cair, vou beijar o chão três vezes! Deus ouviu minha súplica, porque na primeira tentativa me equilibrei o suficiente para pedalar até o muro. Renovei o pedido em voz alta e fui atendida. Gritei, e não caí mais. Ninguém presenciou o milagre, por isso a surpresa foi geral quando, naquele dia mesmo, ainda com o gosto de terra, comecei a m

Senhora dos Gatos

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Luci Afonso Desceu do ônibus por volta das dezenove horas, como de costume, e quando começou a caminhar percebeu que era seguida. Virou-se, mas não viu ninguém. Andou mais rápido. Quando já entrava na quadra, ouviu um gemido. Tomando coragem, refez seus passos e a viu escondida atrás de uma quaresmeira. A pata direita sangrava. Os olhares de fêmea se cruzaram: — Você quer que eu te salve? A gata hesitou, mas finalmente aproximou-se da mulher e esfregou-se na sua perna. Rose sentiu um arrepio e soube, então, que encontrara a razão de sua vida. Pegou o animal com cuidado e o levou até o apartamento nas 400. Usou o edredom que havia sido da filha para forrar o chão do quarto de hóspedes. Após limpar e tratar os ferimentos, encheu duas vasilhas de plástico com leite e água. — Você vai se chamar Dévon. — A gata assentiu, lambendo as mãos da salvadora. Na manhã seguinte, ao sair para o trabalho, Rose estava diferente. Não se sentiu sozinha no ônibus lotado. Respondeu ao bom-dia das cole